Você imagina como seria uma cidade grande cheia de ciclovias onde você se sentisse seguro para ir trabalhar, estudar ou ir a balada de bicicleta? Se você já esteve na Europa, me responderá que não só consegue imaginar, como me fará uma lista de cidades com essa característica. E se eu te dissesse que nessa cidade a prefeitura ainda te fornece a bicicleta como meio de transporte? Talvez essa situação seja um pouco mais difícil de imaginar e algumas perguntas podem surgir: como funcionaria um sistema como esse? Quem poderia utilizá-lo? Como garantir que as bicicletas não sumam ou fiquem em mal estado?
Foram exatamente essas perguntas que fiz quando cheguei a Barcelona e conheci o Bicing, sistema de transportes público baseado no uso da bicicleta. Em reportagem da Veja São Paulo, do dia 03/04/11, foi mostrado que uma das soluções para melhorar o trânsito em São Paulo seria a implantação de um sistema como este. No período que morei na cidade tive o prazer de utilizar as bicicletas da prefeitura e entender melhor seus pontos positivos e negativos.
O Bicing é um sistema de transporte que só pode ser usado pelos moradores de Barcelona. O primeiro passo é fazer o cadastro pela internet e pagar uma taxa anual de 30 euros que é debitada diretamente no cartão de crédito. Em poucos dias o cartão do Bicing chega em casa pelo correio.
Espalhadas pela cidade existem mais de 400 pontos com bicicletas e sempre existe um muito próximo de casa. O funcionamento é bem simples, aproxima-se o cartão do sensor e o visor indica o número da bicicleta que foi liberada. Porém, muitas vezes a bicicleta selecionada tem algum tipo de problema como: pneu murcho, falta de freios ou problemas mecânicos. Nestes casos, é só devolver a bicicleta e passar o cartão novamente.
O sistema foi pensado de modo que as bicicletas sejam utilizadas em pequenos percursos. Em trajetos mais longos, o bicing deve ser combinado a outros meios de transporte como por exemplo o metrô. Muitas vezes eu pegava uma bicicleta até a estação do metrô próxima de casa, tomava o metrô até a estação desejada e pegava novamente uma bicicleta até o destino final. Os primeiros 30 minutos de utilização da bike estão incluídos na taxa anual, entre 30 minutos e 2 horas paga-se 0,50 euros a cada meia hora de uso extra. Excedidas as 2 horas, o usuário paga uma multa, recebe um aviso e após 3 infrações é desligado do sistema. Dica: é possível utilizar a bike por 30 minutos, devolvê-la, esperar 10 minutos e pegar outra bike sem pagar nada.
As bicicletas disponíveis não são de última tecnologia, pelo contrário são modelos antigos e de tamanho pequeno. Como o uso de capacetes não é obrigatório, as bicicletas pequenas impedem que se consiga andar em alta velocidade. Apesar de serem simples, as bicicletas têm três marchas, para auxiliar principalmente nas subidas, e uma cestinha na frente, para carregar o que for necessário.
Apesar de ser um excelente, o sistema tem alguns probleminhas, os principais são:
– Não encontrar bicicleta disponível no ponto por todas já terem sido retiradas ou por estarem em mal estado;
– Sistema fora do ar;
– Ao chegar numa estação para devolver a bike e ela estar totalmente cheia. Neste caso, tinha que sair buscando a estação mais próxima para deixar a bicicleta antes de estourar os 30 minutos.
Fora isso, o sistema funciona muito bem: diminui o trânsito, melhora a qualidade do ar, chega a locais onde o metrô não está e ainda te dá a oportunidade de particar um exercicio físico enquanto se locomove para o trabalho ou para a universidade. Todas as noites, uma equipe passa redistribuindo as bicicletas pelas estações, recolhendo as bicicletas que estão em mal estado para levar para a manutenção e recolocando as que já foram consertadas.
Para mim, utilizar o Bicing como meio de transporte por quase um ano foi sensacional, pois perdi peso, fazia exercícios diariamente, chegava muito mais rápido aos lugares e o gasto com transporte era mínimo. Porém, o sistema funciona bem em Barcelona porque a cidade tem uma rede de ciclovias bem estruturada, excelente se comparada a São Paulo e o mais importante é que o motorista respeita o ciclista nos locais onde as ciclovias não existem.
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Será que a Vejinha tem razão? Será que São Paulo está preparada para um sistema como esse? Deixe sua opinião a respeito!
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Que saudade!!
Ainda tenho meu cartão do Bicing, rsrs…
By: Vinicius [inquietos] on 13/09/2011
at 15:44
Vinícius,
São Paulo ter um sistema como do Bicing seria sensacional, mas antes tem que investir muito em ciclovias. Tenho guardado o meu cartão do Bicing que é uma lembrança da boa época que passei em Barcelona.
Abs,
Paulo
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