Quando viajamos queremos entender melhor a história dos povos visitados. Para isto temos vários exercícios. Um deles é que você nunca realmente conhecerá um povo se não usar seu transporte público. Outra forma que diz muito de um povo, de seus hábitos, cultura e comportamentos são suas lendas. Para que conheçam melhor o sofrido povo aborígene, mas que ainda resiste no árido deserto australiano contamos algumas de suas lendas. Percebam que nas lendas aborígenes humanos e animais se misturam em um só ser.
Lenda Lungkata
Lungkata era um homem lagarto de língua azul que veio do interior para o Norte. Ele havia parado em Kata Tjuta (rocha sagrada dos aborígenes), mas como não encontrou ninguém continuou até Uluru após ter escutado que havia outros seres por lá e que a terra era muito boa. Depois de procurar por comida ele avistou uma caverna no alto do Uluru a oeste do ponto de água Mutitjulu. Subiu e fez do lugar sua morada.
Um dia, Panpanpalala, o homem com crista de pássaro estava caçando quando feriu um emu (espécie de avestruz) que correu para Uluru com Panpanpalala em seu encalço. Lungkata também estava caçando naquele dia, próximo a Mutitjulu quando viu o emu ferido com a flecha de Panpanpalala em seu dorso. Embora o emu fosse obviamente a caça de outro caçador, Lungkata matou-o com a intenção de comê-lo sozinho. Ele começou então a desossá-lo, mas logo entrou em pânico ao perceber que o verdadeiro dono da caça se aproximava. Ele rapidamente escondeu a carne e quando Panpanpalala se aproximou seguindo as pegadas do emu, Lungkata negou ter visto a criatura.
Panpanpalala continuou sua busca pelo emu, mas logo percebeu sinais da luta em que Lungkata matou o emu e deu meia volta para seguir as pegadas de Lungkata que neste momento ainda carregava a caça nas costas derrubando carne e sangue da ave abatida pelo caminho.
Quando Panpanpalala chegou aos pés do Uluru ele viu Lungkata subindo pela rocha em direção a sua caverna. Ele então acendeu uma fogueira na base do Uluru e sufocado pela fumaça e queimado pelas chamas o grande lagarto de língua azul rolou rocha abaixo e caiu para a morte.
Como toda lenda em qualquer cultura, estas são usadas para ensinar valores a gerações futuras. Nesta Lungkata é punido não só por roubar a caça de outro, mas também por mentir em suas ações. Não só a caverna de Lungkata pode ser vista até hoje, bem como o que seriam suas pegadas subindo Uluru e pequenas pedras que seriam parte de seu corpo despedaçado pela queda.
Lenda Mala
Mala é um animal parecido a um pequeno canguru (wallabie) que deu nome a um dos povos que viveu na região. Reza a lenda que o povo Mala viajou até onde hoje está Uluru para uma cerimônia de iniciação chamada de Inma. As mulheres acamparam com suas crianças em um determinado local afastado do acampamento dos homens. Um velho homem ficou encarregado de assegurar que as mulheres sequer olhassem para os locais da cerimônia. Eles acreditavam que se mulheres presenciassem os rituais a força dos ancestrais seria quebrada. O ritual era conduzido dentro de uma caverna considerada sagrada e um sinal foi instalado do lado de fora para identificar o local. O povo Wintalyka também vindo do oeste enviou o mensageiro Panpanpanala aos Mala para convidá-los para seu próprio Inma. Como os Mala não poderiam interromper seu Inma, agradeceram mas não se juntaram aos Wintalyka. Uma das versões da lenda ainda diz que os Mala se sentiram ofendidos e enviaram cinza branca como uma resposta mal educada.
Insultados os Wintalyka solicitaram a seus feiticeiros que preparassem uma vingança contra os Mala. Kurpannga o maléfico espiríto do dingo (um tipo de cachorro selvagem) foi enviado com seus dentes afiados. O canto dos feiticeiros fez com que ele desejasse lutar e matar estranhos. Kurpannga chegou ao acampamento Mala ao meio dia quando todos dormiam exceto a mulher pássaro Lumba que montava guarda. Ela deu o alerta, mas mesmo assim dois homens Mala foram mortos e todos os outros fugiram. A terra em desgosto por esta batalha e derramemneto de sangue se levantou e assim surgiu Uluru.
Lenda Kuniya e Liru
Kuniya (a mulher phyton) escutou que seu sobrinho havia sido ferido por Liru (homem cobra venenoso). Imediatamente ela se dirigiu ao local e adquiriu a forma humana iniciando o Inma (cerimônia) para preparar o Irati (veneno) no intuito de punir Liru que deveria ter cuidado de seu sobrinho ferido segundo as tradições locais. Ela caiu de joelhos pegou um pouco de terra e passou em seu corpo para proteger-se do veneno que preparava. Kuniya foi na direção de Liru cantando e dançando a akuta, dança da luta. Liru já estava enfraquecido devido ao poder do Irati (veneno) e Kuniya acertou sua cabeça. Liru caiu, mas voltou a levantar-se. Kuniya acertou-o um segunda e definitiva vez encerrando a batalha. Ela voltou a forma de serpente e foi se arrasatndo até o topo da caverna para descansar e de onde até hoje vê todos que visitam a região.
A lição desta lenda é que as mulheres podem e devem defender suas crianças se necessário e que você deve honrar suas responsabilidades ou estar preparado para ser punido adequadamente.
Se gostaram do post leiam abaixo algumas lendas de outros povos que contam por si só um pouco de sua História. Conhece lendas de algum povo em especial? Mande suas histórias para gente, ela pode virar post.
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