Publicado por: Quatro Cantos do Mundo | 20/01/2019

A caçada aos campos de lavandas- Roteiro de três semanas na Provence

Confesso que já estávamos um pouco cansados de cidades, cidadezinhas, áreas urbanas e edifícios com janelas coloridas e nada, nada, nada de mato, trilha e natureza. Como costumamos dizer: já sentíamos falta de ouvir o ruído do silêncio. E eram apenas quatro dias sem contato com a mãe natureza. Pois em nosso décimo dia de Provence lavamos a alma. Teve a maravilhosa trilha no Colorado Provençal. Teve também a incrível caçada aos campos de lavanda. Explico. Em dez dias de Provence ainda não havíamos encontrado nenhum campo de lavanda realmente florido como aqueles que se veem nos folhetos turísticos. Sim, aqueles campos em que o roxo é tão forte que salta do papel e faz seus olhos querer sair das órbitas tamanha a intensidade da cor. Aquele roxo mais roxo que cabelo de cosplay. Esse tipo de campo de lavandas ainda estava na lista do “to do” ou “to see”. Estava, porque neste dia vimos mais deles do que gôndolas em Veneza ou que zebras nas savanas africanas. Matamos a vontade.

O campo de lavanda perfeito capturado após uma caçada implacável

Bem cedo, como sempre, chegamos ao acesso do Colorado Provençal. Seria nossa primeira trilha da viagem. Logo na entrada nos informaram que a previsão era de chuva e que, portanto, a decisão do trekking era por nossa conta e risco. Sugeriram ainda que caso a água começasse a cair deveríamos voltar. Um pouco assustados, confiamos em nosso sentimento (que afinal se revelou verdadeiro), que não iria chover e começamos a amassar barro.

Parecia que não eram só os adultos que sentiam falta da mãe natureza. As crianças corriam e brincavam como se estivessem no melhor parque do mundo, o que não deixa de ser verdade. A natureza é a Disneylândia dos nossos filhos. Tocavam e experimentavam tudo que viam, sem medo de se sujar. Afinal como dizia uma propaganda, se sujar faz bem. Mas eles foram ao delírio mesmo quando encontramos as primeiras formações rochosas. De variadas formas, tamanhos e cores, para eles foi como encontrar um tesouro. Logo começaram a subir pelas montanhas coloridas como se estivessem no quintal de casa. Ficamos um bom tempo nos divertindo em família nessa brincadeira de montanhista. Muitas fotos depois dissemos que já era hora de partir e fomos apupados com uma sonora vaia. Só depois de explicar que haveria mais pela frente é que finalmente se convenceram a voltar a caminhar e abandonar seu playground preferido.

Porque se sujar faz bem

Chegando no playground das crianças

Amélie foi a primeira a subir

e fez pose de adolescente

sozinha e com toda família

e eu apreciando a bela vista do topo

Noah no topo de outra montanha

sua irmã também quis ir. Sempre acompanhados do super pai

Formações bastante interessantes

que valem muitas fotos

As diferentes cores são muito bonitas

e as panorâmicas mostram a beleza num plano geral

inesquecível diria

E algumas delas escondidas na vegetação

mas sempre as encontrávamos

Seguimos na trilha até um ponto que tinha mais lama que o desenho da Peppa Pig. Antes de eu gritar para o Noah tomar cuidado o moleque já tinha barro até a altura do joelho. Um pé atolado a lama e o outro em cima de uma pedra. Após ser resgatado pelo seu progenitor, no caso eu mesmo o pai de plantão para todos os momentos, seguiu na trilha sujo mais feliz da vida com suas peripécias.

Ainda passamos por um campo de pedras empilhadas onde claro novamente paramos para as crianças confeccionarem sua própria escultura e finalmente chegamos ao Sahara, de onde se tem a melhor vista do conjunto de formações rochosas que as crianças haviam se esbaldado minutos antes. Terminamos a trilha bem na hora de fome. Um gostoso piquenique sentados no chão fechou a manhã de contato com a natureza.

Esculturas de pedra que claro eles quiseram fazer a deles

Vista do Sahara

Amélie com seu V da vitória

Apreciando a beleza da natureza

A tarde foi menos cansativa ainda que de muito contato com a natureza. Assim como nos EUA existem os caçadores de tornados que rodam pelas estradas a procura destes fantásticos fenômenos naturais, nós dedicamos nossa tarde a caçar campos de lavandas. Em agosto as floradas já não são tão comuns uma vez que a primavera já terminou e estávamos em pleno verão, isso quer dizer que não tivemos vida fácil. Ou citando outro ditado, o dia estava mais para caça que para o caçador. Mas não nos demos por vencidos.

Hoje em dia quem tem internet tem acesso a quase todo tipo de informação e foi ela que nos deu uma mãozinha. Encontramos no site Rota da Provence um mapa (abaixo) indicando as áreas mais prováveis de encontrar campos floridos em agosto. Nos concentramos na região em roxo mais forte logo acima de Rustrel (onde está localizado o Colorado Provençal). Primeiro rumamos a Sault e a beira da estrada estava tomada de campos de lavandas, algo parecido com os canaviais no interior de São Paulo. Infelizmente apenas um deles estava meio florido, mas não com a exuberância que esperávamos. A região é a maior produtora de lavandas da França. Sault celebra todos os anos em agosto o maior festival de lavanda da região. Em resumo, se não encontrássemos o campo dos sonhos ali, ele realmente não existiria. Aproveitamos também para tomar um sorvete e relaxar caminhando pela cidade que é bem charmosa.

Mapa para identificar as melhores áreas de campos de lavanda segundo o período do ano

O único campo de lavandas florido que encontramos a caminho de Sault

As belas casas de janelas coloridas da Provence não poderiam faltar em Sault

Lavanda roxa mesmo em Sault só estas

Charmosa lojinha de torrones (nougat em francês)

Janelas por todos os lados

e não eram poucas

A calma de ruas desertas

Sem desistir, configuramos o GPS para Ferrassiéres. Nada de nada. Apenas campos com imensos rolos de feno. De longe, muito longe avistamos o que parecia ser o campo de lavandas perfeito. Bastava subir pela estrada e ele estava cada vez mais perto. De repente um balde de água fria, alarme falso, na verdade era um campo de placa solares. No caminho de volta a pacata Ferrassiéres pensei ter visto um. Será que já estávamos tendo alucinações tamanha a abstinência? Estacionei o carro e tive que escalar um muro de uns dois metros para finalmente encontrar o meu objeto de desejo. Ele estava lá, todo florido, roxinho, roxinho. Não era tão grande, mas sim ele existia. Tirei fotos como se a lavanda estivesse na lista de vegetais em extinção. Mas e o resto da família? Todos tinham direito a este momento super desejado. Por sorte havia um caminho para chegar de carro. Fabi assim como eu se encantou, as crianças pouco ligaram. Amélie disse que a lavanda era fedida, pasmem, as gargalhadas ecoaram nos ouvidos das lavandas como heresia. Os outros dois nem se dignaram a descer para dar uma olhada nesta maravilha.

Bonitos, mas ainda não eram os campos de lavandas que tanto queríamos

A foto que todos queríamos ter

Finalmente o encontramos

e olha a cara de felicidade genuína

Não era tão grande, mas muito bonito

O casal já estava satisfeito com que havia visto, mas o campo dos sonhos ainda não havia surgido no horizonte. Aurel era nossa última esperança. Depois de uma curva muito acentuada em uma estradinha minúscula ele surgiu imponente, roxo como nos folhetos de informação turística, com fileiras alinhadas perfeitamente como soldados da troca da guarda da rainha da Inglaterra. Era tão perfeito que havia até um lugar para estacionar e inclusive as crianças decidiram descer do carro desta vez. Ele estava num nível abaixo da estrada, o que fazia do estreito acostamento uma arquibancada para apreciação do espetáculo.

Imediatamente corremos de encontro a ele sem pit stop no acostamento. Estava disponível só para gente. Caminhamos por suas ruas, exalamos seu perfume inebriante (exceto para a Amélie), tiramos muitas fotos e selfies e simplesmente paramos para admirá-lo. Nossa repentina “invasão” incentivou um casal de holandeses a também colocar as manguinhas de fora e marcar presença no meio das lavandas. Na verdade nem tínhamos percebido a presença deles que como tradicionais “maria vai com as outras” esperavam alguém para tomar a iniciativa de adentrar ao palco dos sonhos.

Até eles gostaram desta vez, tamanha a perfeição

Ruas perfeitamente alinhadas

Roxo como nos folhetos turísticos

Dos sonhos

e para finalizar uma foto de toda família

Depois do sonho realizado pudemos voltar para nosso hotel com o sentimento de dever cumprido, mas com o desejo de voltar na alta temporada das lavandas para ver mais de tanta beleza.

Onde se hospedar

Em Sault a grande pedida é o La Bastide des Bourguets com quartos gigantescos, piscina para se refrescar no verão e o principal: um campo de lavandas bem ao lado do hotel. Imperdível.

 

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Em Ferrassiéres indicamos o Chateau Ferrassieres também com piscina indoor e até quadra de tênis. Recém construído ainda cheira a novo. Garantia de ótima estadia.

 

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Por falar em hotel, se você quiser conhecer todas estas maravilhas e voltar ao HOTEL (com letras garrafais) recomendamos a hospedagem no Le Bastide de Gordes que seria a cereja do seu dia. Impecável. Hotel para comemorar cinquenta anos de casado.

 

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