Publicado por: Eder & Fabi Rezende | 11/08/2013

Barranquismo, uma aventura pelos Pirineus espanhóis

Pouco antes de partirmos para nossa viagem de Volta ao Mundo vimos na tv uma matéria com a eterna musa dos esportes de aventura, Renata cabelos de fogo Falzoni. Em seu programa na ESPN (Aventuras com Renata Falzoni) ela praticava um esporte que nem sabíamos que existia até então (não com este nome), em alguma montanha na Espanha. Sem desgrudar os olhos da tela vimos Renata começando com o cascading (rapel na cachoeira) que já era nosso velho conhecido, mas rapidamente começaram a pular da tela as novidades. Primeiro ela desceu por um escorregador de pedra de uns sete metros de altura. Logo depois já saltava de um penhasco de uns quinze metros direto para o fundo de um poço. Nos momentos mais calmos caminhava ou nadava pelo leito de um rio. Acabávamos de ser apresentados ao Barranquismo ou Canyoning. Segundo a Wikipedia, Barranquismo é um esporte de aventura praticado nos barrancos ou cânions de um rio que consiste em superar estas diferenças de relevo através de escalada, rapel, caminhada ou natação. Seja qual for a definição, é um esporte fascinante que não poderíamos deixar de praticar durante nossa primeira parada na nossa viagem de Volta ao Mundo, a Espanha.

Navegando na internet descobrimos que um dos melhores lugares para prática do Barranquismo é o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido na Espanha. Aliás não encontramos este esporte de aventura em nenhum outro lugar do mundo que não seja em terras espanholas, afinal o esporte nasceu por lá. O caminho de Santiago também estava em nossos planos na época e por sorte o vilarejo de Torla (cidade base para visitar o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido) fica a poucos quilômetros da rota dos peregrinos que vão a Santiago de Compostela. Não tivemos dúvidas, traçamos a rota rumo aos Pirineus e fomos em frente.

Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido visto de Torla

Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido visto de Torla

Localização

Torla é um vilarejo de trezentos e dezenove habitantes situado na província de Huesca e encravado aos pés do Pirineus, mais exatamente na entrada do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido. Extremo norte da Espanha, Torla fica a poucos metros da fronteira com a França e a cento e setenta e nove quilômetros da cidade mais importante da Comunidade de Aragão, Zaragoza. A mesma distância está Pamplona, mas já na Comunidade de Navarra. Barcelona fica a uma distancia de trezentos e trinta e seis quilômetros.

Como chegar

Devido a seu tamanho e importância econômica não é fácil chegar a Torla, mas vale o sacrifício. Só há um meio de alcançar a cidade em transporte coletivo que é de ônibus desde Sabiñanigo. Abaixo tabela com rotas, preços, horários e tempo de duração da viagem.

Ônibus de Sabiñanigo para Torla

Ônibus de Sabiñanigo para Torla

Para chegar a Sabiñanigo existem várias opções que listamos abaixo. Para outras consultas favor acessar Alosa.

De ônibus

Partindo de Zaragoza você tem um confortável viagem a Sabiñanigo de ônibus em apenas duas horas e dez minutos de viagem. Abaixo tabela com rotas, preços, horários.

De ônibus de Zaragoza a Sabiñanigo

De ônibus de Zaragoza a Sabiñanigo

Se sua opção for sair de Pamplona a viagem demora também pouco mais de duas horas. Veja abaixo tabela com rotas, preços, horários.

De ônibus de Pamplona a Sabiñanigo

De ônibus de Pamplona a Sabiñanigo

Não existem ônibus diretos desde Barcelona e Madri para Sabiñanigo. Para outras consultas favor acessar Avanza Bus.

De Trem

Se sua origem for Madri você pode ir de trem até Sabiñanigo passando obrigatoriamente por Zaragoza. Abaixo a opção com rotas, preços, horários que escolhemos.

De Madri com parada obrigatória em Zaragoza

De Madri com parada obrigatória em Zaragoza

Se for sair de Barcelona a única opção usando trem também é passando por Zaragoza. A estação de partida é Barcelona-Sants.

Abaixo as opções diárias para Sabiñanigo saindo de Zaragoza-Delicias.

De qualquer cidade da Espanha a Zaragoza e de lá a Sabiñanigo

De qualquer cidade da Espanha a Zaragoza e de lá a Sabiñanigo

Não é viável fazer o trajeto em trem desde Pamplona até Sabiñanigo. Para outras consultas favor acessar Renfe.

De carro

Devido a dificuldade de transportes até Torla, o aluguel de um carro é uma opção a ser considerada. O carro também te dará maior liberdade para visitar outras entradas do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido. Considerando que os preços de aluguel de carro na Espanha são bem convidativos, é uma das melhores opções.

Desde Barcelona são quatro horas e meia de carro pela estrada A-2 para percorrer trezentos e trinta e seis quilômetros entre as cidades. Se sair de Pamplona pegue a A-21 para percorrer cento e setenta e nove quilômetros em três horas. Se o ponto de partida for Zaragoza os mesmos cento e setenta e nove quilômetros serão percorridos pelas estradas A-23 e N-330. De Madri são cinco horas e meia pela A-2 até Torla.

De avião

O aeroporto mais próximo de Torla é o aeroporto de Huesca-Pirineos, mas atualmente este não recebe nenhum voo comercial.

Onde Ficar

Ficamos hospedados no Refúgio Lucien Briet que é um tipo de albergue ou hostal como dizem os espanhóis. Como era de se esperar de um lugar para esportes de aventura a estrutura é simples mas aconchegante. São dois quartos equipados com beliches com capacidade para 14 e 16 pessoas respectivamente. O mais legal dos quartos é que os beliches são separados por um biombo, o que confere uma certa privacidade apesar do quarto coletivo. Você deve levar seu próprio saco de dormir para o refúgio. Algo comum para quem está acostumado com aventuras. Eles trabalham com aluguel de toalhas e lençóis se você não tiver um. Também por dez euros a diária estes “luxos” não poderiam estar inclusos. Lembrem-se isto não é um hotel e sim um refúgio.

No sentido horário de cima para baixo: quartos coletivos com biombos, banheiros coletivos, quarto de casal e banheiro privado e cozinha

No sentido horário de cima para baixo: quartos coletivos com biombos, banheiros coletivos, quarto de casal e banheiro privado e cozinha

Para quem viajar em grupo e quiser um pouco mais de conforto, basta escolher um dos quartos coletivos para 3 ou 4 pessoas. Estes quartos tem banheiro privativo e tv ao contrário dos outros, mas de qualquer maneira você ainda precisa trazer seu próprio saco de dormir. O quarto triplo sai por 36 euros e o quadruplo por 48 euros a diária.

Se vocês são um casal, podem escolher a suite master do Lucien Briet. Neste caso você tem os mesmos “luxos” dos quartos quadruplo, mas não precisa trazer roupa de cama nem toalhas. 30 euros a diária.

O uso do saco de dormir é bem vindo de qualquer maneira já que a região é montanhosa e faz bastabte frio a noite mesmo com os quartos sendo equipados com calefação. Para quem quiser cozinhar sua própria comida a cozinha é aberta aos hóspedes. Quem estiver com preguiça pode visitar o restaurante do refúgio. Tabela com menu e preços no site acima.

Para quem quer algo, vamos dizer menos rústico, pode tentar a Casa Cajal ou a Casa Julio.

Quando ir

O clima em Torla é bastante frio para os padrões brasileiros, influência da altitude de 1.032 metros acima do nível do mar. No inverno a mínima pode chegar a dez graus negativos e mesmo no verão as máximas não passam dos dez graus positivos. Portanto não precisamos pensar muito para indicar a visita ao local durante o verão europeu.

Com este frio, só no verão mesmo

Com este frio, só no verão mesmo

As chuvas também são menores no verão o que é mais uma razão para escolher esta estação do ano. Afinal esportes ao ar livre com chuva não combinam. Praticar Barranquismo dentro de rios de água gelada durante o inverno também não deve ser nada agradável. Estivemos por lá em setembro e o frio foi suportável.

Outro motivo para vistar Torla no verão são as chuvas escassas da estação

Outro motivo para vistar Torla no verão são as chuvas escassas da estação

Como se locomover

Dentro de um vilarejo de trezentos e dezenove habitantes não há nenhum lugar que você não possa ir caminhando. Aliás se caminhar muito você logo sai da vila. Durante o verão e Semana Santa você pode chegar a entrada do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido tomando os ônibus que saem da entrada de Torla a partir das seis horas da manhã.

O transporte de Torla até as trilhas para prática do Barranquismo é feito pela própria empresa em que você contratou os serviços.

Atrações de Torla e região

A maior atração do local é mesmo a prática do Barranquismo. Escolhemos a Compañia Guias de Torla como a agência que elevaria nossa adrenalina ao nível máximo e ficamos bem satisfeitos com os serviços oferecidos. A aventura começa com uma rápida aula teórica sobre o esporte ainda nas dependências da agência. Nada de especial para quem já praticou rapel. Logo em seguida você vai provar o traje que mais se adequa a seu corpo. Atenção especial a: roupa de neoprene de 5 milímetros de espessura, botas e capacete. Certifique que estejam confortáveis para que não o incomodem durante a prática do Barranquismo. A roupa de neoprene deve ser bem colada ao corpo para evitar a entrada da água gelada. Agora é só rumar para o início do cânion sem esquecer o cinto para passagem das cordas. Recomenda-se levar traje de banho, toalha, calçado e câmera fotográfica a prova d´água. Quem não tiver câmera a prova d´água pode pegar as fotos e vídeos tiradas pelo guia. Para consultar preços, basta acessar o site de Barranquismo da agência.

No início entramos no rio ainda receosos pela água gelada, mas aos poucos fomos acostumando. Após alguns minutos de caminhada com os pés gelados, quem ficou gelada foi a barriga. Chegou a hora do primeiro rapel na cachoeira. Uma altura considerável, mas uma vista belíssima e a adrenalina a mil. Passado o primeiro pico de adrenalina, voltamos a caminhar pelo leito do rio, algumas vezes dentro dos cânions.

Ainda nos acostumando com a água gelada

Ainda nos acostumando com a água gelada

Fabi descendo no primeiro rapel na cachoeira. Adrenalina a mil

Fabi descendo no primeiro rapel na cachoeira. Adrenalina a mil

Caminhando pelo leito do rio

Caminhando pelo leito do rio

ou por entre os cânions

ou por entre os cânions

Já estávamos ansiosos pelo tobogã e ele finalmente chegou. A sensação de escorregar por um tobogã natural feito de pedras é indescritível. Pena que não dá para voltar e descer de novo. O vídeo dá uma boa noção da emoção.

Mais caminhada e mais rapel na cachoeira. Desta vez o maior do dia. Vinte e cinco metros para baixo e umas fotos antes da descida para registrar a façanha. Quando pensamos que já havíamos esgotado o estoque de adrenalina, veio o último desafio: um salto de uma plataforma de oito metros de altura direto para um poço de água. Este a Fabi não encarou. E você encararia?

Primeiro a Fabi

Primeiro a Fabi

depois eu no rapel 25 metros

depois eu no rapel 25 metros

No final nossa cara de alegria pelo prazer de conhecer o Barranquismo. Um dia ainda voltaremos para praticar novamente.

Outras atrações da região são as trilhas pelo Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido, mas esta é uma história para outro post.

Mas suas preocupações não devem ser apenas com os pontos turísticos locais. Saúde é um item primordial em uma viagem e que não deve ser negligenciado. Viaje tranquilo fazendo um Seguro Saúde conosco. Clique em Seguro Saúde e faça sua cotação on line.

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Respostas

  1. To viajando com vocês,

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  4. […] Barranquismo, uma aventura pelos Pirineus espanhóis […]

  5. […] A rota panorâmica Route des Cretès deu o tom deste dia. Que visual por todo percurso. Até hoje me belisco para ter certeza que toda esta exuberância realmente existe. Com certeza o Verdon foi o ponto alto da viagem. Visitamos também Moustiers-Sainte-Marie e a tarde ainda consegui tempo para praticar o cannyoning. Quer saber como é o esporte, basta clicar em Barranquismo, uma aventura pelos Pirineus espanhóis. […]

  6. […] A rota panorâmica Route des Cretès deu o tom deste dia. Que visual por todo percurso. Até hoje me belisco para ter certeza que toda esta exuberância realmente existe. Com certeza o Verdon foi o ponto alto da viagem. Existem mirantes espalhados por todo percurso com vistas espetaculares. O que mais me impressionou foi a profundidade do vale, equivalente a um arranha-céu. Encontramos gente fazendo escaladas nestes colossais paredões, inclusive crianças. As melhores fotos podem ser conseguidas por volta do meio dia quando o sol está a pino e ilumina o fundo do cânion. Ainda deu tempo de visitar Moustiers-Sainte-Marie uma joia de vilarejo com sua igreja encarapitada no topo da montanha mais alta da região. Cada passo era uma foto. Uma construção mais bonita que a outra. Só tinha um problema: gente saindo pelo ladrão. Ufa, a tarde ainda corri para chegar a tempo de praticar o cannyoning. Como é um esporte aquático não pude tirar fotos, mas quer saber como é o esporte, basta clicar em Barranquismo, uma aventura pelos Pirineus espanhóis. […]


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