Publicado por: Quatro Cantos do Mundo | 24/03/2019

Arles o lar de Van Gogh – Roteiro de três semanas na Provence

Ainda me lembro da primeira vez que estivemos em Arles. Quase não chegamos a cidade por conta do nosso francês para lá de precário. Não que hoje nosso francês seja grande coisa, mas dá para sobreviver na França sem grandes percalços. Há dez anos atrás ao descer na estação de trens de Nimes vindos de Barcelona pedimos a moça do guichê passagens para Arles (pronúncia em português com o “s” final bem pronunciado). A resposta foi como um soco na boca do estômago: Esta cidade não existe. What? No dia anterior a cidade estava lá no google maps. Será que havia sido abduzida por seres extraterrestres? Ou uma bomba atômica havia devastado o antigo lar de Van Gogh? Nem um, nem outro. Na verdade, ela não havia entendido nossa pronúncia. Em francês o correto é: Arlê, sem o “s” e com um “e” bem fechado. Só descobrimos isso depois de escrever o nome da cidade em um papel e entregar a vendedora. Ela sorriu e disse: Ah, Arlê. E como o Chaves respondemos: isso, isso, isso.

Anfiteatro a grande atração de Arles

Toda a família mas de uma maneira diferente

Depois ainda tivemos um problema ao subir no trem. Veio o fiscal e pediu para ver os tickets. Prontamente atendemos sua solicitação, mas ele não ficou muito contente com o que viu. Disse que os tickets não estavam validados e que deveria nos multar, mas que como éramos turistas iria deixar passar, não sem antes nos recomendar fortemente que deveríamos sempre validar os tickets. Sem entender bem apenas concordamos para não prolongar a conversa. Mas que diabo é isso de validar ticket. Já estavam comprados e pagos porque teríamos que validá-los. Depois de muito pensar, matutar e olhar para o dito cujo, descobrimos que o ticket é válido por três meses e validá-lo é a forma de provar que ele foi usado em determinado dia e já não pode ser usado novamente. Mas descobrir tudo isso não foi tão fácil. A França estava nos testando.

Grafite na parede do escritório de informações turísticas lembra o atentado ao Charlie Hebdo. Je suis Charlie em vários idiomas

Praça da República

Hotel de Ville, um dos mais tradicionais prédios da cidade, hoje sede da prefeitura

Tudo azul

Um prazer caminhar pela cidade sem multidões de turistas

Muito bonito

Em nossa segunda vez na cidade agora com a família completa as coisas foram mais calmas. Pelo menos já sabíamos que a cidade existia de verdade e alugamos um carro; não teríamos que validar tickets de trem. Em dez anos Arles praticamente não mudou nada, mas o que é uma década para uma cidade que soprou duas mil e seiscentas velinhas este ano. Voltar a um lugar depois de um intervalo de dez anos é uma sensação incrível de deja vu ou revival. Parece que está voltando no tempo. Uma mistura de sentir-se novamente jovem e ver um filme repetido passar na sua cabeça. Lembrar de cada detalhe. Da fenda de um muro que permanece intacta. Do mesmo vendedor bigodudo no açougue, dos mesmos guarda sois verdes esperando pelos comensais do restaurante em frente ao anfiteatro. É algo que todo mundo deveria sentir uma vez na vida pelo menos.

Guarda sois verdes esperando pelos comensais

Belos edifícios de Arles

O carrossel também continua no mesmo lugar bem ao lado da informação turística. E se na primeira vez nem demos bola para ele, agora ele foi um dos pontos altos da visita. As crianças não sossegaram enquanto não subiram para uma volta e até mesmo nós aproveitamos para um segundo revival e voltamos a infância por alguns momentos.

Desde 1900, tradicional o carrossel?

Segurando a mão da mãe se acalmou

Mudou até para girafa seu animal preferido

A Amélie também adorou

Caminhar pelas estreitas ruas típicas da Provence também é um must. Não precisa procurar muito para encontrar algumas delas vazias e desertas, esperando para serem exploradas. Caminhe devagar, sem pressa, no ritmo da Provence. Dê atenção a cada detalhe. As janelas coloridas cuja seca camada de tinta cai na mesma velocidade dos cabelos do dono da casa que aparece para nos dar um “bon jour”, as luminárias penduradas nas paredes que de longe vigiam nossos lentos passos, uma bicicleta languidamente recostada numa parede qualquer que reza para seu dono demorar ainda mais na pausa do almoço para que possa seguir em sua “siesta” ou uma simples foto aleatoriamente posicionada em um lugar qualquer que mostra que a imigração que é a cara da França.

Ruas de Arles esperando para serem exploradas por você

Janelas perdendo a tinta por todo os lados

As luminárias vigiando seus passos

No canto direito a bicicleta descansa laguidamente

A cara da nova França

Obviamente que o anfiteatro é uma visita que você deve fazer sim ou sim. Com altura máxima de 21 metros e capacidade para abrigar 20.000 expectadores o anfiteatro abriga, na terceira semana de agosto, em pleno verão europeu, o Festival Romano com simulações das batalhas de gladiadores o qual tivemos a felicidade de presenciar no ano de 2008. Desta vez entramos no anfiteatro com ele vazio e também foi incrível. Não tão grande como o Coliseu de Roma ele tem um design diferente e bastante acolhedor. Recomendamos fortemente a visita.

A diferente arquitetura da Arena de Arles

Encenação do Festival Romano

Preparativos para corrida de bigas romanas na arena

A diferente arquitetura do anfiteatro de Arles

Visto desde o nível mais baixo

Foto da família

Visto de um dos inúmeros arcos que os cercam

Para quem não sabia o pintor Vincent Van Gogh viveu em Arles e foi lá em um ataque de fúria que cortou a própria orelha. O conhecidíssimo quadro “O quarto” do holandês foi inspirado no minúsculo quarto em que ele viveu em Arles. Infelizmente hoje o quarto já não existe mais, mas para os fãs do pintor há uma caminhada por pontos que serviram de inspiração para seus quadros. Basta pegar o mapa no centro de informações turísticas e caminhar por conta própria a seu bel prazer.

Nossa última parada foi no Teatro Antigo. Mais uma herança romana ele não está tão bem conservado como o anfiteatro, mas se tiver tempo de sobra como nós, vale a visita.  Outros pontos a explorar são: Claustro de St-Trophime, a Abadia de Montmajour e o mercado de Arles que acontece nas manhãs de quarta e sábado. O mercado conhecemos em 2008 e é um típico mercado de rua francês com os mais variados produtos locais vendidos direto pelo produtor. Simplesmente adoramos.

Ruínas do Teatro Antigo

Além da arquibancada não sobrou muita coisa

Palco para apresentações musicais

As crianças aproveitaram para brincar

de subir e descer

Apesar de todas estas atrações as crianças logo depois do carrossel (nosso primeiro passeio) queriam mesmo era voltar para o camping. Querem saber porque? O camping além do tradicional ambiente descontraído e cheio de crianças contava com dois super tobogãs de dar inveja a qualquer parque aquático. Não precisa dizer que a Amélie escorregou por eles infinitas vezes.

Desta vez não acampamos, optamos por ficar hospedados num motor home fixo. Uma casa com rodas, mas que não sai do lugar. Tudo novinho em folha e super equipado. Adoramos o Camping L’ Arlesienne e super recomendamos. As fotos e vídeos abaixo são simplesmente fantásticos.

Nosso motor home

Tobogã de fazer inveja a muito parque aquático

 

A região de Arles tem outras muitas atrações, mas este é assunto para o próximo post.

Mas suas preocupações não devem ser apenas com os pontos turísticos de Arles. Saúde é um item primordial em uma viagem e que não deve ser negligenciado. Viaje tranquilo fazendo um Seguro Saúde conosco. Clique em Seguro Saúde e faça sua cotação on line.

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