Avignon é uma das maiores cidades da Provence, o que não quer dizer que seja uma metrópole tal e qual estamos acostumados, com arranha-céus, trânsito pesado e coisas afins. Tem seus noventa mil habitantes, o que a faz a quinta maior cidade da Provence, mas que ainda preserva um “que” de clima de interior onde o tempo passa mais devagar. Mesmo com este porte nada avantajado ela concentra muitos lugares interessantes para serem visitados. Reserve um dia inteiro para conhecer a cidade, sem pressa, no ritmo da Provence. Você não vai se arrepender.

A casa dos papas no século XIV
A cidade é amuralhada e tudo que você quer ver fica do lado de dentro do muro. Mas lembrem-se de que as muralhas já eram construídas aos montes antes que o carro tivesse sido inventado, portanto do lado de dentro será quase impossível encontrar um lugar para estacionar. No máximo, encontrará algumas vagas para amarrar seu cavalo, mas os muitos cavalos do motor de seu possante não encontrarão vida fácil no intramuros. A solução é meter a mão no bolso e pagar um estacionamento. O maior deles fica bem em cima do mercado Halles D´Avignon e, portanto, ele será o responsável por lhe dar as boas-vindas a Avignon já com água na boca. O mercado é um típico mercadão europeu, mas diferente dos outros que você talvez já tenha visto porque este só tem produtos típicos da Provence. Por sorte ainda tínhamos o café da manhã na barriga quando chegamos, mas mesmo assim deixávamos um rastro de saliva por onde passávamos tamanha a quantidade de comidas apetitosas que brotam de todas as prateleiras. Tem pão, queijos, sim os queijos franceses. Um melhor que o outro. Ficamos hipnotizados pela loja dos queijos. Estáticos olhando como cachorros em frente aquelas máquinas que os frangos ficam rodando. São dezenas, centenas deles ali só esperando para serem devorados. Tem loja para tudo. Tem uma só de salmão que foi a preferida da Amélie. Ervas e temperos? Todos que você possa imaginar. Frutas da mais variadas. Tem até uma loja especializada em alhos, dá para acreditar? Tortas, trufas umas mais caras que outras, ostras e claro o que não falta em nenhum lugar da Provence: lavandas de todas as formas, tamanhos e gostos. Ele não é grande, nem pequeno, eu diria que tem o tamanho ideal para você poder provar todas as delícias sem ficar cansativo e sem engordar uns vinte quilos. No máximo vai voltar para casa com uns três quilos a mais na pochete.

Diversos tipos de pães

Perdição

Totalmente hipnotizados por estas delícias

Salmão é com a Amélie mesmo

Ervas da Provence

são dezenas delas para todos os gostos

Melões super doces

o mais variados tipos de legumes e verduras

e uma loja especializada em alhos

além das tradicionais tortas francesas

e claro não podiam faltar as lavandas

nem tão grande nem tão pequeno, do tamanho ideal
Saindo do Halles D´Avignon começamos a caminhar sem rumo pela cidade. Como tem um tamanho razoável, você vai sentir aquele ar de calma e paz típico do interior da Provence, mas num ritmo um pouco mais acelerado. Existem sim pessoas com pressa e sem tempo como no resto do mundo fora da Provence. Apesar das ruas serem estreitas e com edifícios muito charmosos você percebe que a rotação do disco de Avignon está mais para CD do que para vinil comparada com os vilarejos que estivemos antes. Numa destas ruas o Noah encontrou uns carrinhos que o fascinaram. Queria de qualquer maneira levar um para casa. Como vocês podem ver o seu objeto de desejo era um pouco grande e foi aí que o Papai Noel nos salvou. O carrinho foi para conta do bom velhinho e nós conseguimos prosseguir com o passeio.

As estreitas e charmosas ruas de Avignon

podem ser palco de brincadeiras de pendurar

de cavaleiros

de esconde esconde

ou simplesmente palco de mais uma foto bonita

Noah “namorando” seu carrinho
Rumamos então para as duas grandes atrações da cidade: o Palácio dos Papas e a ponte Saint- Benezet. Vale a pena comprar o combo que dá direito a entrar nas duas atrações. Compramos os ingressos no ponto de informação turística, mas você pode comprar diretamente no Palácio dos Papas ou pela internet. O preço é de 14,50 euros (agosto de 2018) para adultos. Crianças menores de 8 anos não pagam.
Bilhetes na mão, decidimos rumar para a ponte já que a fila para entrar no palácio estava quilométrica e sob um sol inclemente. Passamos por um belo jardim no alto da cidade e fomos descendo pela muralha até alcançar o lado de fora do muro bem aos pés da ponte.

Jardins antes de chegar a ponte
O nome oficial da ponte é Ponte de Avignon, mas o nome popular é mesmo ponte Saint- Benezet devido a lenda em torno da mesma criada na época pelo então pastor de ovelhas Benezet, hoje santo. Diz a lenda que a construção da ponte foi inspirada em Benezet, um pastor da aldeia de Villard em Ardeche, que segundo a tradição enquanto cuidava de seu rebanho ouviu a voz de Jesus Cristo pedindo-lhe para construir uma ponte sobre o rio. Embora ele tenha sido ridicularizado por todos a princípio, dramaticamente provou sua inspiração divina ao levantar milagrosamente um enorme bloco de pedra que seria a o marco zero da ponte. Ele ganhou apoio para seu projeto e formou uma equipe para supervisionar sua construção. Após sua morte, ele foi enterrado na própria ponte, em uma pequena capela em pé sobre um dos pilares sobreviventes da ponte no lado de Avignon. Esta e outras histórias da ponte você poderá ouvir no áudio guia que recebe ao iniciar a visita.

Ponte vista de cima da muralha

Brincando na entrada da ponte

em cima da ponte tem que cuidar bem das crianças

A ponte que termina no meio do rio

a primeira vez que vi algo parecido
A ponte como podem ver pelas fotos não cruza toda extensão do rio, isso porque repetidas vezes os arcos foram arrastados pelas inundações do rio Ródano. O que restou dela permanece inalterada e o que era um meio de ligação entre os dois lados do rio passou a ser atração turística da região com direito a se tornar Patrimônio Mundial da Unesco.
A próxima parada foi no Palácio dos Papas local que foi a casa da Igreja Católica durante o século XIV. Durante este período o palácio viu seis conclaves papais que elegeram os seguintes papas: Bento XII em 1334, Clemente VI em 1342, Inocente VI em 1352, Urbano V em 1362, Gregório XI em 1370 e Bento XIII em 1394.
A construção do Palácio começou em 1252. Avignon tornou-se a residência dos Papas em 1309, quando o Papa Clemente V não quis enfrentar o violento caos de Roma depois de sua eleição em 1305. Assim mudou a Cúria Papal para Avignon e começou um período conhecido como o papado de Avignon. Clemente viveu como convidado no mosteiro dominicano de Avignon. A reconstrução do antigo palácio episcopal foi iniciada com seriedade pelo papa Bento XII (1334-42) e continuada por seus sucessores até 1364. Localizado sobre uma formação rochosa natural na extremidade norte de Avignon, com vista para o rio Ródano, foi assim que o antigo palácio episcopal se tornou a casa do Papas em Avignon. O Palácio foi construído em duas fases principais, com dois segmentos distintos, conhecidos como o Palais Vieux (Palácio Antigo) e o Palais Neuf (Palácio Novo). Ocupa uma área de 11.000 m2. O prédio era extremamente caro, consumindo grande parte da renda do papado durante sua construção. Além de palácio funcionava também com uma fortificação contra ataques.
Os papas partiram de Avignon em 1377, retornando a Roma, mas isto levou ao cisma papal durante o qual os antipapas Clemente VII e Bento XIII fizeram de Avignon sua casa até 1403. Este último foi preso no Palácio por cinco anos depois de ter sido sitiado em 1398. O prédio permaneceu nas mãos das forças antipapas por alguns anos, mas foi devolvido à autoridade dos legados papais em 1433.
Como dica para entreter as crianças o equipamento audiovisual que recebe ao entrar no palácio tem um jogo de caça a moedas escondidas pelos cômodos. Ajuda bastante com os pequenos.

Na entrada do Palácio dos Papas

pátio interno do palácio

janelas muito fotogênicas

fotos para toda família

foto de book, pensativa

belíssima arquitetura gótica

as onipresentes torres de defesa

e belas obras de arte em seu interior
Quando a Revolução Francesa explodiu em 1789, o palácio já deteriorado foi alvo de saques dos revolucionários. O Palácio foi posteriormente assumido pelo estado francês napoleônico para uso como quartel militar e prisão. Embora tenha sido ainda mais danificado pela ocupação militar quando o restante da carpintaria interior foi removida para uso da estrutura como um estábulo. Os afrescos foram cobertos e em grande parte destruídos. Foi desocupado apenas em 1906, quando se tornou um museu nacional. Está sob virtualmente constante restauração desde então.
Além de todas as atrações citadas foi em Avignon que descobrimos uma instituição francesa: o carrossel. Sim aquele brinquedo dos parques de diversões antigos em que você gira lentamente montado em um cavalo está presente em todas as cidades francesas, pelo menos da Provence. São antigos, mas muito bem conservados com um ar vintage que encanta as crianças e invariavelmente nos convida a um passeio.

Lindos, os carrosséis estão espalhados por toda Provence
De quebra na volta ao hotel nos perdemos para nos encontrar no meio de um estonteante campo de girassóis. Fizemos piada, dizendo que na Provence as coisas dão certo até quando elas dão errado. Poderia imaginar um dia melhor que este? Impossível.

Encontramos uma bela surpresa após nos perdermos
Onde ficar
Em Avignon a pedida é o Le Demoisele um padrão de alto nível a um preço bem convidativo. Quartos amplos e decoração sofisticada dão o tom do local. Além de muito bem localizado, apenas dez minutos de caminhada do Palácio dos Papas
Mas suas preocupações não devem ser apenas com os pontos turísticos de Avignon. Saúde é um item primordial em uma viagem e que não deve ser negligenciado. Viaje tranquilo fazendo um Seguro Saúde conosco. Clique em Seguro Saúde e faça sua cotação on line.
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