O título do post menciona as mais famosas porque o que não falta aqui na Espanha são festas. Se você acha que o brasileiro é festeiro é porque ainda não conheceu o espanhol. Tudo é motivo para comemoração. Começou a primavera, fazem então a festa da primavera. Dia da padroeira da cidade, ninguém vai a igreja, mas tem três dias consecutivos de festas. Dia de Reis é festa. Natal obviamente muita festa. Tem também as “fiestas mayores” dos bairros. Les Corts tem a sua, Sants também tem sua fiesta mayor e um por um os bairros vão celebrando nem eles sabem bem o que. A escola do meu filho faz cinquenta anos e o que: festa. Costumo dizer que aqui o cachorro atravessa a rua e já têm um motivo para festejar. Se fossemos falar de todas as festas o post teria mais de um milhão de palavras, portanto vamos nos concentrar nas mais importantes.

Como diz a foto: Festa, a alma da Espanha
Onde: Pamplona – Navarra
Data: de 06 a 15 de julho
San Fermín (São Firmino em português) é o padroeiro de Pamplona. A festa começa no dia 6 com o lançamento de um foguete ao meio dia e termina na virada do dia 14 para o 15 com a canção de despedida “pobre de mí”. Mas o que todo mundo conhece de San Fermín é a corrida com touros que percorre 849 metros pelas ruas do centro histórico e termina na plaza de touros. Os “encierros” como são chamadas as corridas, acontecem todos os dias a partir das oito da manhã e duram cerca de quatro minutos. Tempo suficiente para já terem morrido quinze pessoas até o ano de 2009.
A festa se popularizou há pouco tempo pela popularidade do livro “The Sun Also Rises” de Ernest Hemingway. Todos os anos 1,5 milhões de turistas lotam a cidade de pouco mais de 200 mil habitantes.
A origem da festa vem das feiras de verão quando os comerciantes de gado traziam seus rebanhos para a cidade e começaram a organizar touradas. A festa até então era apenas civil. No final do século XVI autoridades locais solicitaram a Igreja para transferir o dia do santo de outubro para que coincidira com a data da feira, assim nasce San Fermín.

Tradicional “pañuelo” vermelho de San Fermín

Tem que ser bem louco para fazer isso ai

e não são poucos os que se atrevem
Castellers
Onde: Catalunha
Data: de maio a novembro
Os castellers não são uma festa em si, mas uma performance que é executada em diversas festas durante o ano como as festas das padroeiras das cidades catalãs ou nas fiestas mayores.
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade desde 2010 os castelos humanos são uma tradição muito arraigada da Catalunha. A origem remonta aos antigos Bailes Valencianos, uma dança religiosa onde se alçavam os castelos humanos. A partir do século XVIII os castellers se popularizam muito na região de Tarragona (cem quilômetros ao sul de Barcelona) que se tornaria o berço dos castellers. O ato em si representa toda a sociedade e seus valores. Todos participam desde idosos, passando pelos adultos até as crianças que ficam no topo do castelo. Sempre com ambos os sexos representados. Obviamente para que tudo saia bem deve haver muito trabalho em equipe o que evidencia a união e confiança um no outro.
Parece um pouco de loucura deixar seu filho subir no alto de um castelo humano de dez andares, mas se comprado a correr em ruas estreitas com touros enfurecidos de muitas toneladas passa a ser bem normal participar de um casteller.

A mais famosa tradição catalã

Até 10 andares de gente
Semana Santa
Onde: Sevilha – Andaluzia
Data: Semana Santa
Mencionamos a Semana Santa de Sevilha porque é a maior e mais famosa da Andaluzia, mas esta festa é aguardada ansiosamente por todos os andaluzes. As procissões são organizadas por confrarias. Em Sevilha são mais de 50 delas. As figuras ilustres da cidade fazem questão de estar presentes e as damas da sociedade vão em seus vestidos pretos com as tradicionais mantillas. A morte e ressurreição de Cristo ainda é levada de modo tradicional no sul da Espanha apesar da festa ter sido declarada de Interesse Turístico Internacional em 1980. Acompanhar as procissões é algo muito emocionante mesmo para quem não é religioso e uma vez terminadas, eles vão fazer o que são especialistas: festa.

Tradicionais mantillas nas cabeças das mulheres andaluzes

Muita beleza e emoção

e muitas, mas muita gente
Jaleo
Onde: Menorca – Ilhas Baleares
Data: de junho a setembro
Como o próprio nome diz Menorca é a menor das ilhas Baleares, por isso mesmo as festas estão sempre perto umas das outras, pois são muitas. No período de junho a setembro os Jaleos se multiplicam. Tudo começa com uma missa com autoridades locais ocupando os bancos da frente da igreja junto aos cavaleiros do Jaleo. Já ao ar livre surge o personagem principal desta festa o cavalo menorqui montado pelo cavaleiro todo vestido de preto e branco como para uma competição de equitação. O cavalo em Menorca é parte de toda família da pequena ilha. É como um cachorro para o restante das pessoas do mundo. Ao som do fabioler (interprete de um tipo de flauta) eles começam a cavalgada pelas ruas estreitas da cidade até chegar à praça principal. Ali uma orquestra toca repetidamente uma música curta de nome Jaleo enquanto os ginetes põem os cavalos nas duas patas traseiras. O que chamamos de “empinar” o cavalo. Parece insano (mas as festas espanholas são insanas, vide San Fermín), mas neste momento dezenas de pessoas apoiam suas mãos no cavalo de forma a ajuda-lo a manter-se em duas patas. O som da música e a multidão ao redor te fazem entrar em um transe. Eu vivi isso e é realmente uma fascinante experiência. Também existem as carreras, quando os cavalos correm desenfreadamente por ruas estreitas apinhadas de gente e até hoje não sei com as pessoas não são atropeladas. Como a festa é santa deve ter proteção dos céus.

Mais uma das loucuras das festas espanholas, entrar em baixo de um cavalo empinando

e o que não falta são voluntários
Onde: Buñol – Valência
Data: última quarta feira de agosto
Tudo começou num longínquo agosto de 1945 durante mais um desfile de gigantes e cabeçudos de Buñol. Alguns jovens decidiram entrar no meio do desfile abruptamente e acabaram por derrubar um participante. Irado ele não pensou duas vezes em pegar tomates de uma barraca das imediações e atirar contra os jovens. A primeira batalha de tomates começava em Buñol, só terminada com intervenção policial.
No ano seguinte os mesmos jovens voluntariamente levaram seus tomates e recomeçaram a batalha em meio a festa dos gigantes. Todos os anos era a mesma coisa até que no início dos anos 50 a festa foi proibida. Após muita pressão popular ela foi novamente admitida, para ser novamente proibida em 1957 quando houve até um enterro do tomate com marcha fúnebre e tudo. Até que as autoridades perceberam que não havia como conter os adeptos e liberaram de vez a festa que se tornou sucesso nos dias de hoje.

Caminhão de tomates com toneladas deles

Dá para se lambuzar bastante

e até nadar nos tomates
La Patum
Onde: Berga – Catalunha
Data: maio ou junho (durante Corpus Christi)
A festa que é Patrimônio Cultural da Humanidade começa na quarta-feira antes de Corpus Christi e vai até o domingo. Documentos indicam que ela já existia em 1525 e tem origens na regeneração reprodutiva da vegetação (primavera). Aproveitando a proximidade com a data do mistério da eucaristia a Igreja Católica assimilou a festa como uma maneira de catequizar o povo. Na quarta-feira os gigantes e o tambor percorrem as ruas da cidade anunciando o início da festa. Em sequência acontecem encenações de lutas de cavaleiros cristão contra os árabes, São Miguel e seus anjos lutando contra Lúcifer e os diabos e por fim o aparecimento de uma águia que expressa a satisfação de Berga de sair do domínio feudal e passar a depender diretamente do rei. Toda encenação é entremeada de muitos fogos de artifício e pirotecnia.

Bonecos gigantes como em Olinda

e também como em Olinda, muita gente

mas diferente de Olinda aqui muito fogo e fogos de artifício
Las Fallas
Onde: Valência – Valência
Data: de 15 a 19 de março
Conhecida como o carnaval de Valência, seu encerramento se dá no dia de São José. Toda festa espanhola que se preze tem um viés religioso e aqui religião só pode ser a católica. A origem da festa é bem singela. No dia 19 de março os carpinteiros da cidade queimavam os pedaços de madeira usados para sustentar os candelabros que os aqueciam e iluminavam durante o inverno. Aos poucos foram também queimando trapos de roupas velhas, ao que o amontoado foi se assemelhando a bonecos. Pronto o humor valenciano tratou de colocar nesses bonecos muita sátira e crítica as mazelas da sociedade, como por exemplo os políticos corruptos.
La Planta ocorre no dia 15, que nada mais é que o ato de “plantar” as fallas nas ruas de Valência para que os jurados façam a avaliação das vencedoras. Cabe aos jurados salvar uma das fallas do fogo que consumirá a todas no dia 19. No dia 17 acontece a entrega dos prêmios. Entre 15 e 19 acontecem queimas de fogos conhecidas como “castillos” e “nit del foc”. Nos dias 17 e 18 ocorre a oferenda das flores a Virgem dos Desamparados (padroeira de Valência). Visitar a praça da virgem depois de dois dias de oferendas é uma experiência olfativa única. A festa termina no dia 19 com “La Crema” que é a queima de todas as fallas. Dá pena ver arder obras de arte tão bonitas, mas tradição é tradição e ano que vem tem mais.

Belissímas as “fallas”

Muitas custam milhares de euros

Dinheiro consumido pelo fogo, mas tradição é tradição
Mas suas preocupações não devem ser apenas com as festas espanholas. Saúde é um item primordial em uma viagem e que não deve ser negligenciado. Vai que um touro de San Fermín pisa no seu pé. Ou você se queima venda as fallas de Valência. Viaje tranquilo fazendo um Seguro Saúde conosco. Clique em Seguro Saúde e faça sua cotação on line.
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